E a homenagem do nosso A ARTE DO MEU POVO vai para dois Grandes Poetas Nordestinos cada um em seu tempo, com a sua Grandeza. O Primeiro já é considerado um dos deuses do Olimpo da Poesia Popular Nordestina, o Faraó dos versos popular nordestinos, seu nome é sinônimo de Boa Poesia.O segundo, é o seu bisneto que herdou, também, do bisavô a genialidade poética e o seu nome. Assim são os Antonios Marinho do Nascimento.
Vamos conhecer um pouco mais sobre esses dois Mestres.
Sobre o primeiro Antonio Marinho encontramos no site https://www.pe-az.com.br/editorias/biografias/a/534-ant%C3%B4nio-marinho estas informações:
“Antônio Marinho - Poeta popular, repentista, Antônio Marinho do Nascimento nasceu a 05 de abril de 1887, no município de São José do Egito, sertão de Pernambuco, e morreu na mesma cidade, a 29 de setembro de 1940. Permaneceu praticamente toda a vida com residência fixa em sua terra natal, mas viajou o Nordeste inteiro fazendo cantorias.
A maioria dos seus versos não foram registrados, ficaram na memória do povo. Tinha como características principais as respostas cômicas a seus contedores e espantosa rapidez no improviso. No final da década de 1930, ao retornar de uma viagem, participa de uma cantoria com um antigo parceiro e este indaga como fora a andança.
Antônio Marinho responde: "Eu só fui a Espinharas/Porque a precisão obriga/Mas fui com muita saudade/Daquela nossa cantiga/Minha saudade era tanta..." Neste instante, Marinho foi obrigado a tossir, porque estava com bronquite. Tossiu e concluiu: "...Que a tosse não quer que eu diga." O poeta era conhecido como a "Águia do Sertão".”
Já o site http://dicionariompb.com.br/antonio-marinho/dados-artisticos nos traz mais estas informações:
“(…) Ficou conhecido como "A Águia do sertão". Começou a carreira em 1911, cantando com Mauel Clementino. Considerado um dos maiores cantadores de todos os tempos. Seu maior parceiro foi outro dos maiores cantadores, Pinto de Monteiro. Viajou por todo o Nordeste realizando cantorias. Em 1973, teve sua única obra gravada, o poema matuto "Negrinho Preguiçoso", interpretada por Rosafulô no LP "Cantador verso e viola - Violeiros do Pajeu - Otacílio Batista, Lourival Batista e Clodomiro Paes", do selo Passarela/Rozenblit. A maior parte de seus versos não chegaram a ser registrados, ficando no entanto, muitos deles na memória popular.(...)”
Procure conhecer mais sobre este Faraó do repente e seu maravilhosos trabalhos.
Já sobre o Antonio Marinho atual encontramos no site http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/pernambuco/Antonio_Marinho_do_Nascimento.html, o seguinte:
“ANTONIO MARINHO DO NASCIMENTO - É natural de São José do Egito, terra da poesia. Fruto de uma família de tradição poética, é filho de Zeto e Bia Marinho, neto de Lourival Batista, bisneto de Antonio Marinho, sobrinho de Otacílio e Dimas Batista, de Graça Nascimento e de Job Patriota (por emoção). Nasceu em 1987. Declamando desde os três e escrevendo desde os seis anos, lança aos dezesseis anos, seu primeiro livro: Nascimento. Reside no Recife e faz recitais por todo o Brasil.
Quem trouxe o jovem poeta a Brasília foi o organizador da FLIPORTO Antonio Campos, como atração durante o lançamento da Fliporto 2009 no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), quando o conhecemos. Aqui vai esta primeira mostra de versos do jovem talentoso e performático, que o público aplaudiu com entusiasmo.
Os poemas a seguir foram extraídos de seu primeiro livro – NASCIMENTO (Recife: Bagaço, 2003) que reúne os poemas do jovem poeta escritos do 6 aos 16 anos de idade.
DECRETO BATENDO O MARTELO...
Meus senhores de letras e de anéis
Por favor me escutem um minuto
E observem um momento este matuto
La da terra das feiras de cordéis
Onde a voz dos poetas menestréis
Tem a luz do improviso sobre-humano
Canta a dor, a tristeza, o desengano
Mas também canta o belo, a alegria
Canta a noite com a lua, o sol com o dia
Nos dez pés de martelo alagoano
São José do Egito é sem igual
Terra mágica que encanta o pajeú
No sertão que inspirou Zezé Lulu
E o freqüente trocar de Lourival
De Canção é a terra original
E de Job o poeta mais humano
Que no pé-de-parede mano a mano
Foram todos uns grandes campeões
De um duelo ilustrado de emoções
Nos dez pés de martelo alagoano
Um decreto por nos foi assinado
Onde diz que quem nasce neste chão
Se não escreve ou improvisa algum quadrão
Tem que ter pelo menos decorado
Algum verso que foi improvisado
Por Marinho que foi nosso decano
Ou saber algo de Rogaciano
Pra se um dia um amor for pelos ares
Tomar uma dizendo "SE VOLTARES"
Nos dez pés de martelo alagoano
PÁTRIA PUTA QUE ME PARIU
Eu fui parido de urna mãe que estupraram
Que estreitou-se no calor de muitos braços
E saciou os viajantes que tentaram
E conseguiram deflorar os seus espaços
Deu-se pra um, doou-se a outro, aos que chegaram
Ela rendeu-se ao cortejar dos seus abraços
E no seu ventre muitos homens descansaram!
E la ficou o envelhecer dos seus cansaços
Passou o tempo e minha mãe também cansou
Ia cuidar dos muitos frutos que gerou
De tantos país aventureiros e andarilhos
Mas era tarde e minha mãe se viu então
Já sem beleza, sem coragem, sem ação,
Prostituída pelas mãos dos próprios filhos”
E Viva A Boa Cultura Nordestina! Viva A ARTE DO MEU POVO!!!!!!!